Por trás da tecnologia usada no aplicativo Marai há um intenso trabalho de pesquisa feito pelos sócios Elaine Freitas e Thalle Andre, doutoranda em Clima e Ambiente pela Universidade Estadual do Amazonas e mestrando em Clima e Ambiente na mesma universidade, respectivamente. Em 2021, a dupla viajou pelas principais capitais do país para analisar águas de rios e nascentes. Foram seis cidades percorridas: São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Curitiba (PR), incluindo alguns municípios das respectivas regiões metropolitanas.
A viagem foi viabilizada com a aprovação no Programa Centelha I (edital 11/2021), que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil. O projeto “Desenvolvimento de Adaptador de Sensores para app Marai" foi selecionado e recebeu aporte financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Objetivo do projeto
Elaine explica que a motivação para o estudo, que durou dois meses, foi compreender o padrão de contaminação nas diferentes áreas para calibrar a leitura sobre o que pode ser considerado água pura. “Levamos um kit um de análise com reagentes químicos para fazer essa reclassificação e calibrar a leitura do aplicativo Marai”.
A tecnologia usada no app desenvolvido pela Chemical possui conectividade com sensores IOT (dispositivos usados para detectar características ambientais) e variáveis ambientais e físico-químicas baseadas na legislação ambiental, executando uma análise preliminar da qualidade da água em até 30 minutos. O resultado é exibido rapidamente na tela do celular com emissão de laudos que podem ser solicitados mediante a assinatura de um dos pacotes de serviços.
Avaliação
“Esse trabalho de campo foi extremamente importante para entender, também, o contexto em que cada ponto analisado se encontra. O que acontece no entorno para que a água esteja mais ou menos poluída”, afirma Elaine. “O que mais nos impactou negativamente foi a qualidade da água do Rio Tietê, em São Paulo, e a diferente da nascente para a área urbana”, continua a fundadora da Chemical.
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Nascente do Rio Tietê |
De acordo com Elaine, na cidade de Salesópolis, onde nasce o Rio Tietê, era possível beber água direto da fonte. Conforme se aproximava da capital, a água de qualidade caía e mais lixo aparecia, a ponto de ser comparável a petróleo. “Isso é reflexo de questões históricas e sociais nas cidades. A fragilidade ou ausência de políticas de saneamento básico e resíduos sólidos é um dos motivos”.
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São Paulo |
Dentre as capitais analisadas, Curitiba é a que teve melhor resultado, de acordo com Elaine. “Apesar de encontrar algumas contaminações em parques, não víamos tanto lixo, o que beneficia a qualidade da água”.
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Curitiba |
Para Thalle Andre, o desafio foi chegar até os pontos de análise. “Em algumas cidades, como São Luís, havia áreas controladas pela criminalidade, o que dificultou, mas não impediu o acesso“, comenta.
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São Luís |
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Fortaleza |
Estudo deve virar livro em 2023
Além da análise técnica da água, Elaine e Thalle também fizeram entrevistas com moradores locais, historiadores e outros profissionais. A ideia é que o estudo, além de ter servido para o aperfeiçoamento do aplicativo Marai, vire um livro de referência e contribua com outros estudos de cunho antropológico, sociológico, biológico e histórico e geográfico.
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